terça-feira, 23 de abril de 2013

Nutrição e atividade física
Neste texto, gostaria de dar uma noção geral sobre aspectos da nutrição com relação à atividade física, lembrando que para orientações específicas e individualizadas, principalmente para atletas que desejam melhorar sua performance, é importante uma avaliação com um nutricionista.
Todos os dias, vemos nos meios de comunicação novas dietas, suplementos alimentares e dicas nutricionais para atletas. A alimentação realmente influencia na performance da atividade física, no entanto, devemos tomar cuidado com os modismos e nos basear em dados que são comprovados.
Ao falarmos sobre nutrição e atividade física, é importante lembrar que tudo começa com um hábito alimentar saudável com ingesta calórica suficiente para manter adequado o peso corporal. Para pessoas que fazem atividade física leve a moderada de até 60 a 90 minutos por dia, uma dieta equilibrada no dia-a-dia é suficiente, não havendo necessidade de cuidados especiais, lembrando-se apenas que se deve evitar o treinamento em jejum.
Para atletas (profissionais ou amadores) com um ritmo de treinamento mais intenso, alguns cuidados são importantes já que o gasto energético pode ser muito alto. Por exemplo, ciclistas de elite na volta da França podem chegar a gastar até mais de 6.000 calorias por dia.
Ingesta durante o exercício: Os carboidratos são a principal fonte de energia durante a atividade física, principalmente nas atividades aeróbias de longa duração e alta intensidade, no entanto, seus estoques no fígado e nos músculos são limitados. Por esse motivo, a sua reposição durante exercícios de alta intensidade com mais de 60 a 90 minutos pode melhorar a performance do atleta. Esta reposição deve ser feita com cerca de 30 a 60g de carboidratos por hora, podendo ser ingeridos em diversas formas disponíveis no mercado (malto-dextrina, barras, gel, etc...) conforme a preferência do atleta.
Ingesta antes do exercício: Vale ressaltar inicialmente que nunca se deve treinar em jejum. Antes de provas, uma refeição rica em carboidratos cerca de 3 a 4 horas antes pode melhorar a performance, embora esse efeito seja discutível caso seja realizada reposição adequada durante a atividade física. Deve-se evitar a ingesta de grandes quantidades de carboidratos pouco tempo antes da prova (30 a 60 minutos), pois além de poder causar desconforto pelo estômago cheio, pode levar a uma elevação da quantidade de insulina no sangue que pode ser inadequada para a atividade física. Uma exceção seria em casos de provas logo pela manhã em que o atleta ficou a noite inteira em jejum.
Ingesta após o exercício: Após provas ou treinamentos prolongados, é importante que o atleta faça uma ingesta maior de carboidratos para recuperar os estoques utilizados. Isto é particularmente importante em provas compostas por várias etapas ou esquemas de treinamento intenso em que o atleta terá um tempo de recuperação de até 24 horas. Esta reposição deve ser iniciada precocemente, de preferência até 2 horas após o término da prova ou treinamento e pode ser feita também com a adição de proteínas com, por exemplo, um iogurte ou uma porção de queijo.
Suplementação protéica: É muito comum a suplementação protéica por atletas que visam aumentar a massa muscular. É verdade que atletas, principalmente os que treinam com grandes sobrecargas (pesos), apresentam uma necessidade maior de proteínas, no entanto, na maioria dos casos, essa necessidade pode ser obtida pela alimentação. Uma quantidade insuficiente de proteínas realmente pode limitar o ganho de massa muscular, porém, não há evidências que comprovem que o uso em excesso de proteínas vá causar aumento da massa muscular. Por esse motivo, a suplementação deve ser realizada apenas sob a orientação de um nutricionista.
Suplementação de vitaminas e minerais: A utilização de multivitamínicos é muito comum entre os atletas. No entanto, na maioria dos casos, uma dieta adequada é suficiente para suprir as necessidades mesmo de atletas com treinamento mais intenso. Além disso, não existe comprovação de que a ingesta de níveis acima dos normais melhore a performance. Entre os minerais, a deficiência de ferro é o problema mais comum, sendo que algumas pessoas como atletas vegetarianos, do sexo feminino ou com treinamentos mais intensos apresentam um maior risco de desenvolver anemia por deficiência de ferro que pode levar a uma queda importante da performance. Por esse motivo, esses atletas devem ser acompanhados com maior cuidado e sempre que necessária, a reposição deve ser iniciada o mais precocemente possível. Mais uma vez, a suplementação deve ser realizada sempre com a orientação médica ou de um nutricionista.
Por último, quando pensar em melhorar sua condição nutricional, reveja primeiro seu hábito alimentar antes de entrar em uma loja especializada e começar a tomar uma série de suplementos.


Dr. Alex Maia
Cardiologia geral e do esporte
Consultório: (11) 3285-3053 / 3253-2695




Escrito por Dr. Alex Maia às 13h14
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