quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012


Médico testa nova teoria sobre eficácia de 3 minutos de exercícios semanais

Atualizado em  29 de fevereiro, 2012 - 08:21 (Brasília) 11:21 GMT
Dr. Michael Mosley (BBC)
Atividades de curta duração beneficiariam pessoas de determinada configuração genética
Sessões semanais de exercícios intensos, com duração de apenas alguns minutos cada uma, seriam suficientes para que você obtenha muitos dos benefícios obtidos com horas de ginástica convencional, segundo concluíram estudos recentes.
Mas esses efeitos benéficos sobre a sua saúde e forma física são condicionais à sua configuração genética, ou seja, os especialistas dizem que apenas indivíduos com determinados genes conseguem se beneficiar do programa.
Quando li pela primeira vez estudos que diziam que eu poderia melhorar minha forma física de maneira significativa e mensurável fazendo apenas três minutos de exercícios intensos por semana, fiquei incrédulo.
Mas essa alegação aparentemente absurda tem como base muitos anos de pesquisas feitas em vários países, incluindo a Grã-Bretanha. Resolvi testar a teoria.

HIT

O especialista que me acompanhou durante o experimento é Jamie Timmons, professor de Biologia do Envelhecimento na Birmingham University, em Birmingham, na Inglaterra.
O programa de exercícios chama-se High Intensity Training (Treinamento de Alta Intensidade ou HIT, na sigla em inglês).
Timmons me assegurou de que fazendo apenas três minutos de HIT por semana durante quatro semanas consecutivas eu notaria mudanças sensíveis em vários indicadores da minha saúde.
O primeiro indicador - e o que mais me interessava - era a minha sensibilidade à insulina. A insulina remove o açúcar do sangue e controla a gordura no organismo. Quando ela deixa de produzir efeito, você fica diabético.
Meu pai era diabético e morreu por complicações decorrentes da doença.
Timmons foi enfático. Segundo ele, pesquisas feitas por vários centros mostram que três minutos de HIT por semana produzem uma melhoria de em média 24% na sensibilidade da pessoa à insulina.
De acordo com o especialista, a segunda melhoria que eu provavelmente notaria seria um aumento na minha resistência aeróbica - medida da capacidade dos pulmões e do coração de bombear oxigênio pelo seu corpo.
A resistência aeróbica é considerada um excelente indicador da saúde futura de uma pessoa, embora os especialistas não saibam explicar por que.
"O que se sabe é que trata-se de um indicador muito poderoso da sua saúde futura", disse Timmons.

Teste genético

Mosley se submete a teste
Regime de exercícios intensos não alterou resistência aeróbica de Mosley
Então, se eu conseguisse melhorar minha sensibilidade à insulina e minha resistência aeróbica, minha saúde de maneira geral ficaria melhor.
Mas Timmons disse que existia um probleminha em potencial. Segundo ele, havia uma pequena chance de que eu não apresentasse melhoras na minha saúde. Não porque o programa HIT não funcione, mas por causa da minha herança genética.
Cada pessoa reage a exercícios de forma diferente. Em um estudo internacional feito com mil pessoas, pesquisadores pediram a participantes que fizessem quatro horas de exercícios por semana durante 20 semanas consecutivas.
A resistência aeróbica dos voluntários foi medida antes e depois do programa de exercícios. Os resultados foram impressionantes.
Embora 15% das pessoas tenham conseguido grandes avanços, 20% não apresentaram qualquer melhoria.
Os pesquisadores disseram que não havia indícios de que o grupo que não obteve avanços não tivesse se exercitado adequadamente. A equipe concluiu que o exercício simplesmente não produziu efeitos sobre a resistência aeróbica daquele grupo.
Timmons e seus colaboradores investigaram as razões por trás dessas respostas variadas e descobriram que muitas das diferenças podem ser relacionadas a um pequeno grupo de genes.
Com base nessa descoberta, eles desenvolveram um teste genético para prever quem tem mais chances de responder bem ao programa e quem não tem.
Fui convidado a fazer o teste, mas para evitar que minha resposta ao programa de exercícios fosse influenciada, Timmons só revelaria os resultados do teste genético após eu completar o meu programa de HIT.
Concordei. Foi colhida uma amostra do meu sangue. Também fui submetido a alguns outros testes para avaliar como estava minha aptidão física antes de começar o programa. Depois, comecei meu HIT.

A todo vapor

Na verdade, HIT é muito simples. Você monta em uma bicicleta ergométrica, se aquece fazendo exercícios moderados por dois minutos, depois pedala a toda velocidade - o mais rápido possível - por 20 segundos.
Nova sessão pedalando por dois minutos para recuperar o fôlego e, depois, outros 20 segundos pedalando com força máxima.
Uma terceira sessão de dois minutos pedalando moderadamente e mais 20 segundos a todo vapor. Pronto, está encerrada a sessão semanal de HIT.
Mas como é que o HIT funciona? Timmons e outros pesquisadores com quem conversei acham que provavelmente esse tipo de exercício usa muito mais tecido muscular do que exercícios aeróbicos convencionais.
Quando você faz HIT, não está usando apenas os músculos da perna, mas também do parte superior do corpo, incluindo os braços e ombros.
Como resultado, 80% das células musculares do organismo são ativadas em comparação a exercícios como andar, correr ou andar de bicicleta moderadamente - onde estariam sendo ativadas de 20% a 40% das células musculares.
Exercícios também parecem ser necessários para quebrar os estoques de glicose do organismo. Eles ficam armazenados na forma de uma substância chamada glicogênio. Se você destrói esses estoques, abre espaço para mais glicose que é retirada do sangue e armazenada.
Um tanto quando cético, segui o programa de HIT durante quatro semanas, fazendo um total de 12 minutos de exercício intenso e 36 minutos de exercício moderado nesse período. Depois, voltei ao laboratório para ser submetido a novos testes.
Os resultados foram ambíguos. Minha sensibilidade à insulina melhorou significativamente - 24% - o que me deixou muito satisfeito. Mas minha resistência aeróbica não melhorou.
Fiquei decepcionado, mas Timmons não se surpreendeu.
É que o exame genético que haviam feito em mim tinha revelado que eu não responderia aos exercícios.
Não importa quanto exercício eu tivesse feito, ou que tipo. Minha resistência aeróbica não teria melhorado.
Vou continuar a fazer o HIT porque consigo ver os benefícios. O programa não é adequado a qualquer pessoa porque, embora seja curto, é extremamente intenso.
Antes de tentar qualquer novo programa de exercícios, especialmente se você sofre de algum problema físico, consulte seu médico.
O médico Michael Mosley apresentou o programa Horizon: The Truth About Exercise, transmitido pela BBC na Grã-Bretanha no dia 28 de fevereiro 

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segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012


Por que os exercícios físicos beneficiam a saúde

(Foto: Thinkstock)

Há muito tempo sabemos que os exercícios físicos trazem inúmeros benefícios à saúde. Eles diminuem o risco de problemas cardíacos, hipertensão, infecções, obesidade e diabetes entre outros. Você deve estar pensando: o que tem isso a ver com genética?  De fato, nesse caso não são os genes, mas o esforço físico que vai determinar a diferença. A questão é por que esse efeito positivo? Qual é o mecanismo por trás disso?  Para tentar responder como o exercício físico atua no corpo, um grupo de pesquisadores liderados pela Dra. Beth Levine, do Texas, produziu camundongos com uma mutação específica em um gene que regula a resposta ao exercício físico. A pesquisa acaba de ser publicada na revista Nature.
Exercício físico promove a autofagia
De acordo com a Dra. Levine o efeito benéfico da atividade física seria causado por um mecanismo de  autofagia – palavra derivada do grego que significa se auto-comer. Trata-se de um processo em que proteínas degradadas ou malformadas e outros componentes celulares são quebrados e reciclados.  Em outras palavras,  é um processo de degradação e remoção de resíduos tóxicos e reciclagem dos componentes aproveitáveis e benéficos para as células. Sabe-se que no stress há um aumento de autofagia permitindo que as células se adaptem à necessidade de maior energia. Além disso,  em modelos animais a autofagia protege contra várias doenças como câncer, doenças neurodegenerativas, infecções, doenças inflamatórias e resistência à insulina.
O que mostrou a pesquisa?
Os cientistas liderados pela Dra. Beth confirmaram que o exercício induz autofagia na musculatura cardíaca e esquelética dos camundongos. Depois de 30 minutos de corrida  na esteira observou-se um aumento da autofagia que continuou até 80 minutos depois do exercício. Em seguida, para comprovar que era realmente o exercício o responsável por esse aumento, eles gerarem camundongos que tinham níveis normais de autofagia em repouso, mas com mutações em um gene específico que controla a autofagia em resposta à atividade física.
O que aconteceu com os camundongos geneticamente modificados?
Esses animais não respondiam ao estímulo do exercício físico. Ao contrário dos camundongos normais, os animais com mutação tinham uma resistência diminuída e alteração no metabolismo de glucose durante a atividade intensa – isto é, a capacidade de retirar o açúcar necessário da circulação durante o maior gasto energético.
A autofagia  diminui o risco de diabetes e o ritmo de envelhecimento
Sabe-se que em humanos o exercício físico protege contra a diabetes. Isso também  foi demonstrado  na experiência descrita por esses pesquisadores.  Nos animais geneticamente modificados que receberam uma dieta que induz a diabete, o exercício não promoveu nenhuma proteção.
Melhor fazer exercício físico do que passar fome
Além disso, de acordo com a Dra. Levine a autofagia também seria responsável por diminuir o ritmo de envelhecimento. O grupo dessa pesquisadora já havia demonstrado que animais que têm uma alimentação muito reduzida vivem mais. Uma possível explicação seria pela eliminação de mitocôndrias degradadas (estruturas que produzem energia para a célula) por autofagia quando a alimentação é escassa. Entretanto viver sempre com fome não é uma alternativa que nos atrai. A boa notícia é que de acordo com essa recente publicação, o exercício físico teria o mesmo efeito. Então caro leitor, enquanto as pesquisas continuam, se você já não pratica atividade física  acho que vale a pena pagar para ver e começar a se exercitar.

Por Mayana Zatz

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012


Atividade Física é Saúde


Nos últimos anos, as pesquisas médicas demonstram que boa parte da falta de saúde é causada pela falta de atividade física
Através da consciência e de mais informações à respeito de cuidados para com a saúde que incluí maior movimentação corporal, as pessoas estão mudando seus hábitos de vida.
Sabemos que o único meio de prevenir os males da inatividade é ter algum grau de atividade física e mental, não durante um mês mas durante toda a vida. 


Descobrimos que a saúde é, na maioria das vezes, um fator que podemos controlar e que podemos prevenir o surgimento de algumas doenças. 


Quando nascemos recebemos um corpo saudável e temos o dever de cuidar e zelar por este que é nosso abrigo.

Verifique, a seguir, algumas vantagens que aatividade física proporciona:

  • As pessoas ativas tem vida mais intensa, apresentam mais vigor, resistem mais as doenças e permanecem em forma. 



  • São mais autoconfiantes, menos deprimidas e estressadas.



  • Uma pessoa ativa, tem tendência a ter o seu peso dentro da faixa normal e mantê-lo com mais facilidade e por mais tempo do que a sedentária.



  • O ativo apresenta pressão arterial e freqüência cardíaca mais baixa do que o sedentário tanto em repouso quanto em atividade, desta forma, o ativo suporta por mais tempo o exercício enquanto o sedentário tem certas limitações cardiovasculares.



  • A pessoa ativa tem maior VO2 (volume de oxigênio pulmonar) e suporta atividades de longa duração com mais facilidade.



  • atividade física melhora a postura e ajuda a combater maus hábitos como o fumo entre outros.


  • Na ausência de exercícios físicos diários, nossos corpos tornam-se depósitos de tensões acumuladas e, sem canais naturais de saída para essas tensões, nossos músculos tornam-se fracos e tensos. 


    O ideal é praticar atividade física durante toda vida mas, independentemente disto, podemos recuperar uma existência mais saudável e gratificante em qualquer idade.

    Mas atenção!

    Para vocês que desejam começar a se movimentar, é de primordial importância que façam antes um "check up" das condições cardíacas entre outros testes que comprovarão o seu nível de condicionamento físico (já disponíveis nas boas academias).


    A partir daí, procure orientação médica juntamente com um profissional da área de Educação Física para assim, iniciar as atividades.

    Podemos saber que fazer exercícios físicos com regularidade faz bem, mas esse conhecimento não é suficiente.


    O importante é FAZER, pois de que serve um conhecimento que não é aproveitado?
    Por:
    Valéria Alvin Igayara de Souza
    CREF 7075/ GSP - Especialista em treinamento