sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Corrida demais é tão prejudicial quanto exercício nenhum, diz estudo


Praticar corrida em excesso pode ser tão ruim para a saúde quanto não praticar exercício, segundo cientistas dinamarqueses.

Pesquisadores do Hospital Frederiksberg, em Copenhague, estudaram voluntários - todos saudáveis - ao longo de 12 anos: mais de mil praticavam corrida, ao passo que quase 4 mil não praticavam exercícios.

As menores taxas de mortalidade couberam aos praticantes de corrida a ritmo leve e moderado; já os que praticavam corridas intensas não registraram estatísticas muito diferentes das do grupo sedentário.

Quem correu a um ritmo constante durante menos de duas horas e meia por semana teve menos chances de morrer no período.

Já os que correram mais do que quatro horas por semana ou não fizeram exercício nenhum registraram o maior número de mortes.

A corrida ideal

Os cientistas analisaram questionários preenchidos pelos voluntários que participaram da pesquisa.
A partir das respostas, eles concluíram que o ritmo ideal de corrida é cerca de oito quilômetros por hora - moderado. Além disso, eles concluíram que é melhor não correr mais do que três vezes por semana, por um total de até 2,5 horas.

As pessoas que praticavam corridas mais intensas - particularmente aqueles que corriam mais de três vezes por semana ou a um ritmo mais forte do que 11 quilômetros por hora - tinham as mesmas chances de morrer que aquelas que não praticavam exercício.

"Você não precisa fazer tanto exercício para sentir um bom impacto na sua saúde. Talvez, na verdade, você não devesse praticar tanto (exercício). Não há no mundo recomendações de um limite máximo para o exercício seguro, mas deveria haver", disse o pesquisador Jacob Louis Marott.

Caminhada vigorosa

Os pesquisadores ainda não sabem o que está por trás desta tendência, mas acreditam que mudanças no coração durante a prática de exercícios extremos podem oferecer uma explicação.
Em suas conclusões, os pesquisadores sugerem que "exercícios pesados, de resistência, podem induzir a um remodelamento patológico estrutural do coração e artérias no longo prazo".

"A pesquisa mostra que você não precisa correr maratonas para manter sua saúde", disse Maureen Talbot, enfermeira especializada em problemas cardíacos da organização British Heart Foundation.

"A orientação nacional (britânica) recomenda 150 minutos de atividades moderadas por semana. Pode parecer muito, mas até uma caminhada vigorosa é um bom exercício", acrescentou.

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sábado, 17 de janeiro de 2015

Inatividade mata mais do que a obesidade

Um estudo desenvolvido no Reino Unido concluiu que a falta de exercício é mais perigosa do que a obesidade

Por: Redação / MC    |   ontem às 21:53
A falta de exercício mata o dobro de pessoas que a obesidade, diz um estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, que demorou 12 anos a desenvolver e inquiriu mais de 300 mil pessoas. 

Os investigadores registaram cerca de 676 mil mortes por ano por causa da inatividade, enquanto o excesso de peso registou 337 mil.

Foi concluído que pelo menos 20 minutos diários de caminhada poderiam gerar benefícios substanciais. Os especialistas afirmam ainda que o exercício físico é benéfico para pessoas de qualquer peso.

«Vinte minutos de atividade física, o equivalente a uma caminhada rápida, é algo possível de incluir em qualquer trajeto para o trabalho, ou em intervalos de almoço, ou à noite, em vez de assistir TV», sugere, Ulf Ekelund, um dos investigadores envolvidos no estudo. 
A obesidade e o sedentarismo andam de mãos-dadas. No entanto, as pessoas mais magras têm maior risco de problemas se forem inativas. As pessoas obesas que fazem exercício já têm melhores condições de saúde.

O estudo, publicado no «Amerixam Journal of Clinical Nutririon», apresenta os perigos da obesidade e da inatividade. Os investigadores acompanharam 334 161 europeus, num período de 12 anos, e avaliaram o peso e a medida de cada pessoa que morreu, vítima destas causas. 

«O maior risco está associado aos classificados como inativos, sejam com peso normal, sobreposto ou obesidade», disse Ekelund à BBC.
O investigador afirma que eliminar a inatividade na Europa baixaria as taxas de mortalidade em cerca de 7,5%, ou 676 mil mortes. Eliminar a obesidade reduziria a mortalidade em apenas 3,6%.
«Mas não acho que esta realidade seja anulada. Também nos  devemos esforçar em reduzir a obesidade e a atividade física deve ser reconhecida como uma estratégia importante da saúde pública», acrescentou o investigador.
As consequências da inatividade e da obesidade são na maioria as mesmas, como a doença cardiovascular. No entanto, a diabetes tipo 2 é mais comum entre os obesos. 





EM BAIXO: Obesidade (Reuters)
Obesidade (Reuters)